Muitas pessoas ficam deprimidas nas épocas de Natal e Ano Novo, já que há uma cobrança social de felicidade e alegria, estes sentimentos como regras obrigatórias para todo ser humano vivente na Terra. E haja alegria! Em nosso país, Estado, Município, tivemos um 2017 difícil, de crise financeira, de crise ética, de crise moral, enfim, ano de algumas máscaras caindo, faltando ainda muitas outras tombarem.
Vejo, de início, o problema de urgência em tudo, de pouca reflexão, como diria o sociólogo e filósofo polonês Zygmunt Bauman: "Três décadas de orgia consumista resultaram em uma sensação de urgência sem fim". A felicidade estampada nas redes sociais, mesmo que não retrate sempre a fiel realidade, confronta a realidade por de trás das telas dos computadores. E diante das festas de final de ano, há certa imperiosidade de felicidade, na noite natalina, na virada do ano e quem não se sentir dessa forma, ou tiver problemas a resolver (muito normal) vai experimentar o sentimento de se sentir deslocado, fora da realidade imperiosa de felicidade.
O ano que se findou trouxe a todos grandes dificuldades, não somente financeiras, mas ética, moral, de escândalos políticos, de corrupção em todas as áreas, não está somente a falar de políticos, mas dos chamados criminosos de "colarinho branco", aqueles que não fazem parte da criminalidade violenta, mas são também criminosos, por serem corruptos, por usarem e desviarem dinheiro público, ou mesmo privado, por fazerem parte de organizações criminosas que alimentam e sustentam um sistema de imoralidade e crime quase sem fim. Mas, por outro lado, vimos muitos desses criminosos sendo presos, e isso é bom.
São criminosos, infratores, transgressores da ordem social, são por eles que temos um sistema de saúde falido, gente morrendo em filas de espera para cirurgias, exames, internações etc. É devido a eles que temos menos verbas para educação, segurança, etc. A nossa sociedade tem que deixar de ser hipócrita e achar que a pena somente deve ser aplicada a pobre, a quem furta galinha, é lei, deve ser sim aplicada para todos, inclusive para bandidos afortunados!
Apesar de todos esses problemas brevemente relatados, aí está 2019, e nós aqui para vivermos, sobrevivermos, lutarmos, confiarmos mais uma vez, apesar de tudo, que teremos um ano melhor que 2018; que encontremos caminhos para superar as dificuldades em todos os âmbitos da vida pública de nosso país, Estado, município e também, principalmente, de nossa vida privada. Que venha 2019!